Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Sandra Werneck é o pseudônimo de Sandra M. G. Gonçalves, nascida a 27 de julho de 1960 em São Paulo. Graduou-se em Letras Língua Inglesa com trabalhos na área de Linguística Aplicada e Sociolinguística, tornando-se Mestre na área. Em paralelo, ingressou no Projeto de Extensão da Universidade Federal do Amazonas, intitulado Clube do Autor, que publicou várias coletâneas de contos: Folhas Verdes, Folhas Livres, Folhas Mortas, Folhas Fantásticas, Folhas Eróticas, Amores e Infâncias, apaixonando-se pelas palavras e pela literatura. Recentemente teve escolhido o conto “Estorvo” para publicação na edição de setembro/2016 e “A Amante” na edição de dezembro/2016 da revista Germina Literatura, ganhando com ele o Prêmio Incentivo do 34º Concurso Literário Yoshio Takemoto de 2016. Com “A caçada”, obteve o 2º lugar no concurso da Academia Mateense de Letras (2017) - Prêmio Elza Cunha. Participou da antologia Damas do Império (2016) e da antologia Memórias de um bar pela editora Illuminare (2016), da coletânea de contos Escritor Profissional vol. 3 pela Editora Oito e Meio (2016). O Poder da Fé foi seu romance de estreia.
“Eu vejo o mundo muito polarizado, ou preto ou branco, seja na política, na religião ou nas redes sociais. Essa intolerância é perigosa.”
Boa Leitura!
Escritora Sandra Wernek é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que mais a encanta na arte de escrever?
Sandra Werneck - Escrever é lançar um outro olhar para a realidade, utilizando todo o arsenal que se estende à nossa frente e que podemos dispor: notícias correntes, amigos, familiares, poesia, poemas, fantasia etc. E o que me encanta é a arte de reinventar essa realidade criando um universo e personagens específicos capazes de dialogar com o leitor de um jeito peculiar.
Em que momento pensou em escrever “O Poder da Fé”?
Sandra Werneck - Escrevi a primeira parte de ‘O Poder da Fé’ há quase quinze anos. Assim nasceu a clarividente, uma personagem que vivia ludibriando pessoas em proveito próprio. Ainda morava no Rio de Janeiro e tinha ingressado em um curso de roteiro em que precisava de uma estória original. Com o tempo, a vontade de escrever se acendeu novamente. Além disso, houve uma proliferação de igrejas com pastores que também ludibriam pessoas em benefício próprio, então achei que poderia ser um complemento da primeira parte. A última parte foi o desdobramento das outras duas.
Comente sobre a obra
Sandra Werneck - Clara, esposa de Rogério, traveste-se de clarividente para ludibriar as pessoas e assim esquecer aquilo que dói por dentro e corrói sua alma, aproveitando para brilhar e destacar-se da multidão de tipos simplórios de seu bairro. Ela se envolve com Alemão, desprezando a única visão premonitória que tem em vida. Rogério, marido de Clara, movido pelo remorso e o desejo de enaltecer a mulher, cria uma nova igreja, travestindo-se de pastor, deixando-se seduzir pelo dinheiro fácil. Mas a perfeição não existe, nem mesmo no fausto. Ele percebe que a religião, mais que unir, pode segregar as pessoas. Antônio, irmão de Rogério, tenta restaurar a infância perdida e o louvor que aquece, ainda que o pastor não acredite, ainda que ele não queira, ainda que seja tarde.
Quais os principais desafios para construção do enredo que compõe o livro?
Sandra Werneck - Um bom enredo necessita de uma estória envolvente que surpreenda, um bom conflito e obstáculos que são colocados ao longo da narrativa para mostrar ao leitor que tipo de pessoa seu protagonista é.
Qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor através do enredo que compõe “O Poder da Fé”?
Sandra Werneck - Eu vejo o mundo muito polarizado, ou preto ou branco, seja na política, na religião ou nas redes sociais. Essa intolerância é perigosa. Concordo com Baumann e Giddens que trata nossa identidade como multifacetada, carregamos em nós todas as nuances. O que quero dizer com isso (e é a mensagem que deixo) é que para cada situação existem pelo menos dois pontos de vista, é nossa obrigação nos colocarmos nas duas posições para entender o ponto de vista do outro, que pode vir a ser a nossa, eventualmente, em outra circunstância.
O que mais a encanta nesta obra literária?
Sandra Werneck - Esse romance é minha estreia na seara literária em que eu primei pelos trechos onde a linguagem foi bem cuidada, assim como a consistência dos personagens.
Onde podemos comprar o seu livro?
Sandra Werneck - O livro pode ser achado na Chiado Editora em https://www.chiadoeditora.com/autores/sandra-werneck
Eventualmente, poderá ser adquirido pela Livraria Cultura em www.livrariacultura.com.br , onde ainda está em processo de catalogação e com a própria autora em smgg396@hotmail.com . Também diretamente pelo facebook www.facebook.com/sandra.godinhogoncalves
Quais os seus principais objetivos como escritora?
Sandra Werneck - Acredito que a obra de um escritor deve agradar a ele mesmo em primeiro lugar, entretanto acredito também que todo escritor busque leitores a quem possa passar esse seu olhar especial, a sua mensagem.
Você já participou de várias antologias e coletâneas, qual a participação que mais a cativou, por quê?
Sandra Werneck - Quando eu escrevo um conto, não há uma ideia pré-concebida sobre onde vou inscrevê-lo ou a qual concurso eu devo submetê-lo. Como falei anteriormente, ele deve satisfazer primeiramente o autor, independente de qualquer outra coisa, mas se o seu texto é apreciado em revistas literárias específicas e academias o sentimento de satisfação é grande.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Sandra Werneck. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Sandra Werneck - Ler é adquirir olhares, é conhecer o mundo, novas culturas, novas experiências, novas visões de vida. É tornar-se mais completo e melhor esclarecido. Leiam sempre mais. Vocês não irão se arrepender.
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