Sangro-me - por Conceição Oliveira

Sangro-me - por Conceição Oliveira

Sangro-me

esvaio-me

e morro nas palavras que me atravessam

a garganta

a alma

e a língua nua de prisões.

 

Sorvo da poesia todos os cantos;

o mais terno

o mais mordaz

o mais acutilante.

 

Perseguem-me lobos

famintos

e eu sobrevivo à censura

como quem arrecada a última gota de vida.

 

  

Conceição Oliveira

In  PARADIGMAS – Coletânea de Poesia e Texto Poético da Lusofonia.

 

 

 

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