SAUDADES DAS GERAIS
Ó Triângulo Mineiro, torrão altaneiro, aqui sou feliz , mas não esqueço das minhas Minas Gerais.
Sobra sentimento, sobra saudade da terra, do ferro que a terra invade, de lá onde a simplicidade faz diálogo com a humildade, que parece santidade.
Em volta de Belo Horizonte, a brisa que vem do monte traz, das flores, o perfume de araticum, jatobá, de gabiroba, de araçá.
Aqui finquei minha vida, árida e enternecida, tentando encontrar a paz. Mas não dá pra esquecer onde está meu bem querer, nas alterosas gerais.
Aqui é Minas também, bela terra, fértil chão.
Aqui tem povo trabalhador, gente de muito amor, de progresso e de paz.
Aqui tem belas planícies, mas não é a Minas Gerais, onde tive a meninice.
Aqui tem moça formosa, tem sol, brisa, luar. Mas não tem alterosa, não tem o dedo de prosa, como os mineiros de lá.
Pois lá o ar é mais denso, tem cheiro de sofrimento de quem vive em terra pobre, onde a riqueza é escassa, o que fortalece a raça do homem e da mulher nobre.
Amo o Triângulo Mineiro, mas peço, por caridade, a este povo altaneiro: me deixa sentir saudade.
Quem conhece nossas Minas não as esquece jamais.
Aqui tem força e riqueza,
Lá, poesia e beleza.
São nossas Minas Gerais.