Debaixo das arcadas resguardado,
Deitado num cartão na noite fria,
Tu contas a teu cão teu triste fado
Moendo , remoendo até ser dia
Passa um senhor altivo, ressabiado,
Olhando de soslaio, indiferente.
No seu olhar transmite‐te um recado:
Que saias do lugar rapidamente
Chega o polícia, frio, sem pudor,
Que grita: Sai dai, seu estupor,
Leva essa merda, toda a porcaria!
E ladra com furor teu cão sem trela...
Depois, te acaricia ‐ coisa bela ‐
Te lambe... e sai na tua companhia
publicado em 21/03/2014