Ser, escritora
É instigante, motivador, assustador abrir as janelas do inconsciente, inventar historias, personagens, lugares, momentos marcantes, sair do anonimato, mudar o protagonismo do espaço que te pertence, em prol de um desejo maior, escrever.
Ainda mais quando a carreira inicia de maneira pouco peculiar, saímos para comprar maquina de costura, voltamos com máquina de escrever!
Pensava: “O que fazer com isso?” Comecei datilografando algumas linhas, aparentemente sem sentido, quando acabei qual não foi minha surpresa,havia escrito uma historia infantil assim meio por acaso, nasce a escritora.
Levei o texto para avaliação de um editor, este sugeriu sua edição. Nossa!Meu primeiro livro infantil, imediatamente organizamos o lançamento, pensado com carinho e expectativa.
A partir dai, vieram os convites para ir a escolas ministrar oficina literária, contação e tarde de autógrafos, momento mágico interagir com a imaginação, criação, espontaneidade e os porquês dos alunos a respeito da articulação do enredo, dando margem para o surgindo de muitas outras historias.
O segundo livro infantil surgiu através de projeto literário com captação de recursos,objetivando a distribuição gratuita em unidades educacionais, e outros onde o acesso ao livro era difícil.
Tive muitos momentos de grande emoção este que vou narrar me emociona até hoje. Em uma das tardes de autógrafos em escola com alunos muito carentes, escutei o seguinte relato de um menino de sete anos: “ Não preciso devolver? É meu para sempre?” Não tem dinheiro que pague esta recompensa.
Não saberia definir qual o legado de ser escritora, esperar ser amado por aquilo que escreve? Não se frustrar por ser odiado pelo mesmo motivo?
Quem sabe...Motivar o leitor, como eco, dando-lhe sentido para se levantar da poltrona
ir a estante...Pegar um livro.