Silenciosamente
Neste silêncio
Que se faz sentir com todo o seu peso
Que vozes ecoam em mim?
Que memórias preenchem
o espaço que sinto vago?
Que sons são estes
que retinem numa insistência alarmante?
Forço-me
por afastar estas lembranças,
que numa estranha
simultaneidade
acalmam e afastam a solidão
Vagueio
nestes escassos metros quadrados
Prisioneiro
numa cela que já foi liberdade
Estranho
num lugar onde me completava
Observo
agora a cidade muda e distante
Imune
aos tormentos dos habitantes que por ela deambulam
Semi-ocultos
nas suas sombras
Escondidos
da luz solar que lhes acicata os medos
E desmascara os infortúnios
Distraio-me
a observar a suave luz deste
tímido e plácido luar
Que rasga a escuridão deste
quarto álgido, sem o aquecer
Um quarto despido
do supérfluo que o tornava aconchegante
Despido
do calor que nos animava
Despido sobretudo de ti