SÍMBOLOS SAGRADOS
Hoje, de manhã, eu vi em jornais
Uma notícia deveras intrigante.
Nas repartições e públicos locais
Símbolo sagrado será proibido, doravante.
No Brasil, falando em símbolo sagrado,
Lembra-se de cruz, imagens, medalhinhas,
Pois nosso povo com estes têm rezado.
Fazemos isto desde criancinhas.
Não há cidade, aldeia ou outro lugar
Que não haja algo que lembre o religioso.
Então, estes santos objetos retirar,
É, para mim, algo, no mínimo, trabalhoso.
E há que se resolver um problemazinho:
Pra onde irá todo esse material
Que foi feito ou comprado com carinho
Por alguém que pensou evitar o mal.
O Brasil, justificam isto dizendo:
É um pais multicrente e diversificado
E que estaríamos a outrem ofendendo,
Conservando ali um símbolo sagrado
Mas eu pergunto: tudo começou não foi assim?
Respondo eu mesmo: nossa alegria, nossa luz,
As leis, empresas, clubes, o viver tupiniquim,
Tudo nasceu sob o símbolo da cruz.
Os meus avós e tataravós viveram
E cresceram sob símbolos cristãos.
Quinhentos anos assim já decorreram
E agora há de acabar num supetão?
E o respeito às tradições, passado e história?
E a vocação cristã do nosso povo?
E a mensagem da Santa Cruz na memória?
Agoravamos começar tudo de novo?
Merece respeito, nosso passado,
Embora nós mesmos não o tenhamos feito!
Cometemos, sim, grande pecado.
Mas nós queremos o que for direito.
Respeitáveis autoridades, por favor,
Deixem na parede pendurado o Cristo.
Ninguém verá nele menos que amor,
Pois o Brasil há cinco séculos que faz isto.
Aqui falamos português, jogamos futebol,
Dançamos samba, maxixe, baião e xaxado.
O tango, rumba, polka e roc’nroll,
O que é diverso têm sido muito amado
Nós queremos de todos o respeito,
Principalmente à nossa tradição.
E a tradição é cristã, é esse o nosso jeito,
No sangue da nossa gente e na poeira do chão
O estado é laico, mas religioso o povo é.
Em um volante, num palco ou num balcão
Pode estar um homem ou uma mulher de fé
A respeitar aqueles que não o são