Sinopse da Grécia monárquica a partir do século XIX - Mário de Méroe

Sinopse da Grécia monárquica a partir do século XIX - Mário de Méroe

Por Mário de Méroe

De 1832 até 1973 a Grécia adotou a forma monárquica (com interregno entre 1923 e 1935). Os reis da Grécia são originários de duas dinastias:

1) Casa de Wittelsbach, de 1833/1862

2) Casa de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg (1863/

    1924

3) (1924/1935): II República Helênica

4) Casa de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg

    (restaurada) 1935/1973.

 

Nos tempos modernos, a Grécia apenas teve 7 reis:

1) Oto I da Grécia – 6/02/1833 – 23/10/1862

2) Jorge I da Grécia – 30/03/1863 – 18/03/1913

3) Constantino I da Grécia – 18/031913 – 11/06/1917 e

   19/12/1920 – 27/09/1922

4) Alexandre I da Grécia – 11/06/1917 – 25/10/1920

5) Jorge II da Grécia – 27/09/1922 – 25/03/1924 e

   03/11/1935 – 01/04/1947

6) Paulo I da Grécia – 01/04/1947 – 06/03/1964

7) Constantino II da Grécia – 06/03/1964 – 01/06/1973

 

A família real grega tem suas raízes na Casa de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, da Alemanha. O primeiro monarca desta casa foi Jorge I, filho de Cristiano IX da Dinamarca. Salvo exceções, os membros da família real grega recebem os títulos de Príncipe/Princesa da Grécia e Dinamarca e o tratamento de Sua Alteza Real. Fontes informam que não havia títulos de nobreza na Grécia, por vedação constitucional. Excepcionalmente, em 1868, foi instituído o título de Duque de Esparta, pelo rei Jorge I, destinado a nominar, doravante, os príncipes herdeiros da coroa Grega. Houve protestos no Parlamento, sob alegação de violação da Constituição, e o título passou a ser usado apenas no exterior, caindo em desuso na Grécia, onde era apenas protocolo extraoficial.

Os Príncipes gregos que detiveram o título de Duque de Esparta foram:

1) Constantino I da Grécia entre 1884 e 1913.

2) Jorge II da Grécia entre 1913/1917 e 1920/1922.

3) Constantino II da Grécia entre 1947/1964.

4) Paulo da Grécia desde 1967.

 

O termo Diádoco (literalmente, "herdeiro"), é dissociado, portanto, dos títulos de nobreza, e é empregado para designar o Príncipe herdeiro/sucessor na coroa da Grécia.

O último monarca grego

Constantino II da Grécia nasceu em Atenas, aos 2 de Junho de 1940, filho do futuro Paulo I da Grécia e da princesa alemã Frederica de Hanôver. Tem duas irmãs, Sofia (atual Rainha de Espanha) e Irene. Viveu durante quatro anos no exílio na Cidade do Cabo com a sua família, quando a Grécia foi invadida pelos alemães em 1941. Em 1947, seu tio, o rei Jorge II morreu tragicamente, sendo sucedido pelo pai de Constantino, que foi entronizado como Paulo I. Constantino tornou-se, então, o herdeiro do trono grego.

Em 1964, Constantino casou-se com a Princesa Ana Maria da Dinamarca, sua prima em terceiro grau, filha de Frederico IX da Dinamarca e irmã da Rainha da Dinamarca Margarida II. O casal teve cinco filhos:

 

1) Princesa Alexia da Grécia e Dinamarca (10/07/1965)

   Casada com Carlos Morales Quintana.

2) Príncipe Herdeiro Paulo da Grécia, Príncipe da Dinamarca

   (20/05/1967).  Casado com Maria Chantal Miller.

3) Príncipe Nicolau da Grécia e Dinamarca (01/10/1969)

4) Princesa Teodora da Grécia e Dinamarca (09/06/1983)

5) Filipe da Grécia e Dinamarca (26/04/1986)

 

Em 21/04/1967, houve um golpe militar, que instaurou a chamada “ditadura dos coronéis” na Grécia, Constantino, como chefe de Estado, jovem e impulsivo, aceitou o juramento do governo golpista, e participou da reunião do Conselho de Ministros, homologando, assim, o golpe que fora planejado e executado sem seu conhecimento. Essa atitude formal do monarca legitimou o novo regime, tendo sido alvo de acerbas críticas, e minou a credibilidade da monarquia.

 Em 13 de dezembro de 1967, Constantino tentou dissociar-se da junta militar, ameaçando deslocar as divisões militares da Macedônia, as mais fortes do exército. Mas a ameaça não intimidou os golpistas, e o rei foi forçado a exilar-se em Roma. Permaneceu como Chefe de Estado de jure, até 01/06/1973, quando a junta militar aboliu a monarquia e proclamou a república. Após a queda do governo militar, realizou-se um plebiscito em 08/12/1974, que confirmou a extinção da monarquia, e instituiu a Terceira República Helênica.

O casal real grego viveu no exílio em Hampstead, Londres, tendo recentemente retornado à Grécia.

Como descendente varão de Cristiano IX da Dinamarca, Constantino mantém seu título de Príncipe da Dinamarca por direito próprio, apesar das mudanças constitucionais que removeram o ramo grego da linha de sucessão ao trono dinamarquês. Alguns historiadores consideram a coroa grega como sucessora  do Império Bizantino e sugerem que os reis gregos devem ser enumerados como sucessores dos imperadores romanos.

 

Constantino II  e Anna Maria, da Grécia

foto de 1997

 

Disponível em:

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:T.M._Constantine_%26_Anne-Marie_of_Greece_Allan_Warren.jpg, acesso em 01/09/2013.

 

 Description  English:  portrait of The former King Constantine & Queen Anne Marie of Greece. Date            1997. Source           Own work. Author   Allan warren.

 

 

 

 

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