Sobre primeiros encontros - por Adriana Freitas

SOBRE PRIMEIROS ENCONTROS

 

            E lá ia eu mais uma vez para não sei mais quantos primeiros encontros. Ao longo dos meus trinta e poucos anos, já tive algumas experiências em encontros. Mas então por que o frio na barriga? Não deveria ser mais novidade. Não deveria mais ficar nervosa. Não deveria mais sentir as minhas mãos tremerem. Mas sentia.

            Era aquela mesma história. Conhecer alguém em qualquer canto do mundo. Conversar, trocar contatos, comunicar-se e depois marcar um encontro. No meu caso sempre vinha aquela dúvida, que roupa vestir? Aonde marcar? O que fazer?

            Depois de dez anos em um relacionamento havia me esquecido e me desacostumado com paqueras e encontros. Havia me esquecido da sensação de se conhecer alguém novo. De se começar tudo de novo.

            E por ironia da vida, estava eu mais uma vez solteira. Como se dizem por aí “na pista”. O meu primeiro encontro depois desse relacionamento foi desastroso. As conversas simplesmente sumiram. Realmente marcar primeiro encontro no cinema, hoje, não me parece boa ideia. Ainda teve alguns beijos trocados. Alguns amassos no estacionamento do shopping e a volta para casa. Já fazia alguns meses que não transava. Ainda tinha aquela velha dúvida do transar ou não no primeiro encontro. Talvez eu tivesse ido se ele tivesse me convidado. Mas ele nem tentou. Até hoje não sei o motivo. Talvez ele seja daqueles caras que gosta de se arriscar em lugares públicos. Eu não sou assim. Passou.

            Depois disso eu tive outros primeiros encontros. Vários primeiros e únicos encontros. Uns com gosto de quero mais. Outros com gosto de quero nunca mais. Uns tiveram outras tentativas fracassadas de segundos encontros. Outros aconteceram. Bons momentos. Ruins também.

            E assim fui seguindo. Depois de quase dois anos do meu último relacionamento longo ainda me via na condição de primeiros encontros. Não sei o motivo. Nesse meio tempo tive três relacionamentos curtos. Dois sem grandes estragos e o último devastador.

            Sempre tem aquela pessoa que nos magoa com força. Que sem querer criar expectativas criamos. E quando nos damos conta, estamos completamente apaixonadas. Foi assim comigo. E parecia também com ele. Mas não foi. E mais uma vez me via na condição de solteira e dessa vez com o coração partido. Coração partido e sem saber pra onde ir.

            Mas as manhãs sempre nascem. O sol aparece. Você olha para aquele céu azul e se pergunta: estou chorando por que mesmo? E quando menos se espera, mais um primeiro encontro acontece. E é sempre com alguém mais legal que o último. E é sempre mais divertido que o último. Não sei mais quantos primeiros encontros ainda terei. Por enquanto apenas me divirto com o frio na barriga. Com a sensação antes do primeiro beijo. Com o se acostumar com o jeito do outro. Com as novas descobertas que sucedem depois do primeiro momento. Até que chegue o dia em que o desejo de se continuar seja reciproco. Um dia acontece...  Enquanto isso me divirto com os primeiros encontros.

 

 

 

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