SOMBRAS
Mergulho no silêncio...
A quietude, das horas vagas, envolve-me...
O silêncio que fala, impregna minha’ alma.
Não me reconheço na imensidão dos ruídos abstratos,
Nesse jogo de luz e sombra, de sonoridade e silêncio,
De ausência e presença.
Navegando no barco do destino,
Contemplo meu universo,
E, no espelho das águas da vida inesperadamente,
Defronto-me com fragmentos do meu “eu”...
Não consigo calar o silêncio.
Vejo-me, então sugada por redemoinhos,
Dos encontros e desencontros.
Bailando freneticamente,
Vislumbro a magia
De nascer, ou morrer,
Atos inerentes como estar só.
Porque teria eu,
Medo das chuvas tempestivas,
Se me encontro em profundas e límpidas águas?
Num extasiante mar de emoções vigiado por Poseidon,
Cenário de sonhos, povoado por onomatopéias do silêncio...
Interrompe-se o giro, cessam-se os sons...
Aí, o silêncio mergulha no silêncio...
Na solidão, emirjo e bebo na fonte da inspiração,
Quando as asas do vento me Impulsionam rumo ao vazio.
São prófugos momentos,
Arrebatados pelo amor à poesia.
E assim, na escuridão, cúmplice da noite
O silêncio abre seus panos
E volta a atuar...