SORTUDO É O CARTÃO DE CRÉDITO
Dívida é como enchente: invade locais vulneráveis e faz estragos. No caso das contas, a invasão acontece por meio de telefonemas, boletos ou um contrato assinado.
Atrativos não faltam para a propagação do consumo e a mídia investe maciçamente a fim de atrair novos consumidores.
O velho e bom conselho “evite gastos excessivos” transforma-se em “compre desmedidamente”. É a paranoia do hoje. Hoje preciso comprar roupa, sapato, celular, bolsa, carro e outros itens anunciados em propagandas. Tudo facilmente aprovado e parcelado. Compra-se hoje e paga-se amanhã. Mas quando surge o amanhã, multiplicam-se as dívidas.
Sortudo é o cartão de crédito – não adquire úlcera nervosa, nem recebe cobrança. Sortudo são os ricos, não contam moedas.
Toque insistente do telefone, uma perturbação crônica; compatível com o meu consumo crônico.
Crônica do livro “Um pindaíba nunca está sozinho”