Tantra
Através da porta entreaberta
Um primeiro vislumbre da luz suave e quente
Que emana do interior daquele local de culto
E me atrai sem hesitações
Na posição de lótus
Com os cabelos soltos caindo pelas costas desnudadas
A deusa transfigurada mulher
Converte aquele profano chão em sacro altar
Pressentindo a minha presença
Aflora um sorriso refletido no seu olhar
Que me transporta para uma nova realidade
Onde espaço e tempo perdem significado
E neste hiato temporal
Entrego-me na sua pira sacrificial
Para um ritual purificador
Que desperta todo o meu ser
E o eleva a um mais alto estado de consciência
Alves dos Santos em ‘Poemas de Amor e Outros Labirintos’
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