Tua Geografia
Óh! Como gosto de estudar
A Geografia do teu corpo!
Sentir cada declinação,
Desenhar cada escopo!
Mapear cada detalhe:
Entre montanhas rochosas
E campos de mata densa
E observar a temperatura que se condensa!
Buscaria um oásis pra saciar a minha sede
Nos planaltos e colinas,
Sentir o clima...
Há quem diga que vive sem a água do oásis...
Eu digo que alguém até possa viver, mas eu não!
Gosto do cerrado, amo o sertão!
E digo também:
Óh! Águas do oásis!
Sacie minha sede!
Banhe-se ao relento!
Sinto-te espalhada em meu corpo ao vento!
És a fertilidade do sertão
Entre produção e reprodução
Banhar-se nessas águas então,
Ora desejo de sede
Ora ostentação!
Sinto-a aqui na minha boca
Refrescando meu ser...
Ser inquieto, sedento...
A te querer!
É a sede que me envolve,
Que me rende
Que me escraviza...
Que me comove!
Queria sentir a energia do oásis...
É ele que almejo
Pra saciar essa sede
Pra saciar esse desejo
Desejo que fadiga meu corpo,
Que se humilha no sertão...
E ao ver-te tão longe chega maltratar o coração!
Queria saciar minha sede
Na aurora desse dia,
Antes que o amanhecer raiasse
Na avenida
Sofrida
Da minha vida!