Um olhar que acolhe - por Maria Estela Ximenes

              UM OLHAR QUE ACOLHE

 

            Numa rua movimentada,

            Encontra-se um homem adoecido,

            Veículos passam riscando o asfalto,

            Mas as pessoas não enxergam o homem.

            Comentam as festividades de natal

            Enfeites e luzes que ofuscam,

            Percebem o consumo desenfreado e caixas de  presentes

            Degustam em  mesas fartas,

            Sorriem, cumprimentam, felicitam,

            Mas não olham aquele homem.

            De aspecto doentio, vestes rasgadas, mãos inchadas.

            Inesperadamente,

            Alguém sai  do veículo e acode o homem,

            Ergue o corpo castigado, murmura palavras de incentivo,

            Oferece uma refeição,

            Enquanto isso,

            Na rua movimentada, passageiros  resmungam, buzinam, protestam,

            Sobre um carro encostado na guia,

            O carro da  pessoa que enxergou o homem necessitado.

            Ali,  as luzes de natal se acenderam,

            Porque  um olhar acolheu.  

 

 

 

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