“Outras vezes oiço passar o vento, E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido”. Poemas Inconjuntos. In Poemas de Alberto Caieiro-Fernando Pessoa.
VENTO
Sopra enfurecido o vento.
Mexendo e remexendo pétalas macias.
Algumas resistem aos açoites da nervosa ventania.
Outras, serpeando, para longe se vão.
Ao som, dos enfurecidos corações, destes pobres camponeses que insistem em cantar tão repetidas melodias.
Vamos! Não podemos desistir.
Lá, estão as pétalas.
Cá, o som das mesmas vozes.
Porém o sol, menino faceiro, rosto dourado, arde debruçado no azul pincelado. Invadindo, em raios, portas e janelas abertas, cujas cortinas (olhos) alcançam o vislumbrar do nascer de um novo dia.
Vamos! O vento não pode ser aprisionado.
Hoje, nasceremos novamente.
Página de nossa colunista Ione Kadlec
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