Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Victor Sousa Lopes, nascido em Lisboa, em 1949, cursou o ensino industrial. Embora se tenha aplicado ao exercício das ciências tecnológicas, o estudo e divulgação de temas de história da arte e de azulejaria é o seu grande objectivo. Publicou pela primeira vez em 1983, embora localize a sua estreia literária em 2001, com o livro Testemunho nas Paredes: Ensaios de Azulejaria. Além de colaboração dispersa por jornais e revistas, é autor de mais de 30 títulos, entre eles Os Dias do “Barracuda”: A última das “armas secretas” classe Albacora da Marinha Portuguesa, lançado em Novembro de 2012, encontrando-se em fase de conclusão o livro 1942 – O Ano que Abalou Lisboa: À Espera do Invasor – Uma História por Contar.
“Não esqueçamos que é na memória do passado que compreendemos o presente e podemos construir um futuro mais iluminado.”
Boa Leitura!
Escritor Victor Sousa Lopes é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a escrever crônicas sobre Portugal nos anos 40 do século XX?
Victor Lopes - Conversas no Café Gelo é um verdadeiro documentário sobre a Lisboa dos anos 40. Um conjunto de memórias que possibilita o contacto com o retrato de um tempo, descrevendo factos e crónicas, reúnindo descrições rigorosas resultantes de uma investigação histórica, alimentada pela minha curiosidade.
Em que momento se sentiu preparado para publicar “Conversas do Café Gelo”?
Victor Lopes - Há muito que comecei pacientemente a encaixar, as inúmeras peças do puzzle que constituiu o tempo da II Guerra Mundial vivido em Lisboa, mas também contextualizando-o, necessariamente, no panorama europeu e mundial, envolvido nessa guerra que fez milhares e milhares de mortos, a maioria inocente,sobretudo com o Holocausto.
A memória destes tempos macabros, em que Portugal, foi, igualmente, uma vítima, apesar de Salazar ter conseguido impor uma pseudo-neutralidade, deve ser relembrada, como o é neste livro, onde muitos elementos desconhecidos do grande público são desvendados e escalpelizados.
Conte-nos um pouco sobre sua experiência com o emblemático “Café Gelo”
Victor Lopes - O Café Gelo, no Rossio, em Lisboa, foi poiso de muitas tertúlias e debates, secretos alguns, ao longo do período que assombrou a História portuguesa mais recente e em que o cinzentismo salazarista transformou Portugal numa plataforma amorfa, sem direito a expressar por qualquer forma a sua opinião, as suas preocupações e as suas ambições mais comezinhas. E foi lá que conheci o Alberto Matias nos anos 70 ficando, desde logo, deslumbrado com as suas histórias verdadeiras, contadas entre copos e muita conversa vária e dispersa.
Quais os principais desafios para escrita dos textos que compõe o livro “Conversas do Café Gelo”?
Victor Lopes - A obra, leva-nos numa viagem por Lisboa, numa década de grandes acontecimentos e muitos contrastes, narrados em jeito de crônica ficcionada, na perspectiva de um contemporâneo da época, o jornalista Alberto Matias, que conheci no emblemático Café Gelo.
Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através do enredo que compõe a obra?
Victor Lopes - Impõe-se como leitura desta obra memorialista, o facto de pôr os olhos no Portugal que recebeu no seu seio e ajudou milhares de refugiados da guerra impulsionada por Hitler na década de 40 do século passado, para compreendermos melhor o que se passa hoje com os migrantes fugidos da guerra do Oriente e encontrarmos uma via de saída da crise, de modo a erguermos não muros, mas estradas de solidariedade. Não esqueçamos que é na memória do passado que compreendemos o presente e podemos construir um futuro mais iluminado.
Descreva a obra em duas palavras?
Victor Lopes - Exuberante e atractiva.
Onde podemos comprar o seu livro?
Victor Lopes - Através da Editora Guerra & Paz- Tel: (+351) 213 144 88
Quais os seus principais objetivos como escritor?
Victor Lopes - Ultimamente tenho desenvolvido diversos trabalhos no âmbito de recolha e divulgação de textos de autores portugueses, como “LUIS FRANCISCO REBELLO Uma Colectânea de Vida”. Publiquei a seguir o livro “OS DIAS DO “BARRACUDA” a última das ‘armas secretas’ classe Albacora da Marinha Portuguesa. Encontra-se em pré-publicação o “Dicionário do 25 de Abril”, onde colaboro com uma entrada e “AZULEJOS DE FACHADA EM SESIMBRA”, ambos a ir para o mercado brevemente. Aguardo ainda parcerias para poder publicar o livro “1942 O Ano que Abalou Lisboa: À Espera do Invasor – uma história por contar”. Não penso cruzar os braços, continuarei a trabalhar. Tenho a cabeça cheia de projectos.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor “Conversas no Café Gelo” do autor Victor Sousa Lopes. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Victor Lopes - Como um amplo caleidoscópio, baseado na investigação histórica, nos teste- munhos, na saudável curiosidade, será a obra, certamente, alvo de curiosidade merecida e de apreciações positivas indo ao encontro de uma década de grandes acontecimentos e muitos contrastes, e o saber, em muitos casos, faz bem ao íntimo de cada um.
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