Vidente Sensitivo - Trago seu amor de volta - Pague somente depois - por Mirian Menezes

VIDENTE SENSITIVO

TRAGO SEU AMOR DE VOLTA

PAGUE SOMENTE DEPOIS

 

Não se ofenda quem for o proprietário dessa placa! Sinta-se honrado, inclusive... Não citarei qualquer tipo de informação que possa ser rastreada por GPS ou CHIP. Não me interessam: local, pessoas envolvidas, desfecho, mas o fato... Tenho esta eterna mania de ler anúncios por toda a parte e placas me chamam à atenção. Para que possamos realizar uma boa leitura de placa, precisamos, primeiro, entender todo o contexto que cerca a produção! Certa vez, assustei-me com uma simples expressão: “Casa dos Macacos”. Por ser contadora de histórias e escritora, transportei-me para o Mundo da Fantasia, imaginei a Mulher Barbada, uma Casa de Shows, ou um “conto de fadas”, num reino distante... Enquanto delirava, meu esposo, simplesmente, dizia:

_Loja de autopeças!

“Ah!” Que vexame! Ainda bem que não verbalizei meu pensamento!

Já li placas, com todos os formatos e conteúdos possíveis, e nada mais me surpreende, entretanto esta placa me despertou a atenção por vários motivos. Em primeiro lugar, pensei na autoestima e na garantia do VIDENTE SENSITIVO. Hoje em dia, poucas pessoas garantem tão bem seus serviços e empenham a “palavra de honra” (expressão em desuso), como este profissional (vamos chamá-lo assim!). Nesse mundo consumista, empresas de grande porte, muitas vezes cometem deslizes horrorosos com seus consumidores e nem contratos dão conta da tão necessária garantia. Se pelo menos, a situação favorecesse o deleite de músicas clássicas ao telefone, poderíamos frisar o trabalho de excelência do Telemarketing, contribuindo para um mundo mais cultural... Mas não! Passamos eternos minutos, ouvindo músicas de qualidade, sem, entretanto, aproveitar o momento. Não há clima para isso! Caso a intenção seja a de diminuir a ansiedade, no meu caso, o stress não permite a abertura dos ouvidos para os clássicos. Se você tem algum problema a ser resolvido, não há CHOPIN, ou MOZART que dê conta da situação.

No caso específico da placa do VIDENTE, podemos dizer que temos um microempresário bem sucedido, ou não! Na verdade, compadeci-me da “criatura”, pois pensei na quantidade de calotes que já deve ter levado. Há muitos malandros na praça, “de olho” nos serviços fiados.

“PAGUE DEPOIS!” ... Coitado! Quantos casais felizes já devem ter se mudado para outros locais nesse mundo: reconciliados e esquecidos do profissional em questão. Nesse mundo, em que tantos desejam “levar vantagens”, o que considero um horror... acredito que o VIDENTE já tenha sofrido vários “calotes”! Vender fiado a pessoas que desejam recuperar um AMOR!

Juro que gostaria de ser diferente e não escrever uma crônica sobre esta placa, mas os simples momentos que vivo são capazes de me despertar reflexões: algumas tolas, confesso!... mas o que me importa, realmente, é não permitir que passe despercebida nossa rica rotina! Se pararmos para observar, encontraremos muitas situações dignas de grandes reflexões. Para isso, serve um cronista, para discorrer sobre possíveis “banalidades”. Banalidades?

 

MIRIAN MENEZES DE OLIVEIRA

 

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