Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Yasmin Anukit é carioca, tem formação em línguas, literatura francesa e História Universal da Arte. Bacharel em Museologia pelo Museu Histórico Nacional, UNI-Rio, fez Pós-Graduação pela P.U.C. RJ em História da Arte e Mestrado em Artes Visuais pela UFRJ. Pesquisadora nas áreas religiosa, artística e em História da Civilização Universal, busca integrar Oriente e Ocidente. Cantora viveu a era de ouro do fado no RJ, se apresentando em casas de fado e clubes portugueses. Dançarina foi uma das introdutoras da Dança Oriental nesta capital, artista de show e professora. Autodidata, desenvolve trabalhos independentes nas artes, poesia, literatura e magistério. Instrutora do Sagrado Feminino e Master Teacher em Magnified Healing tem sido conferencista em centros culturais, religiosos e universitários. Escritora publicou artigos em jornais e sites. É autora dos livros: Da Mesopotâmia ao Terceiro Milênio, Iraque, a Ressurreição de um Povo; O Véu da Ilusão da Morte, contos, e O Sultão das Rosas, romance de época.
“...saga que evoca um propósito espiritual unificado, aspirando à ascensão da Humanidade, bem como vivificando a herança de nossa ancestralidade.”
Boa leitura!
Escritora Yasmin Anukit, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos em que momento se sentiu preparada para publicar o seu primeiro livro solo?
Yasmin Anukit - Sou eu que agradeço! Desde muito jovem, escrevo contos e poemas, mas como tenho me dedicado à pesquisa de História Universal da Civilização com cursos ministrados sobre Oriente Médio e Mundo Islâmico, por ocasião da invasão americana do Iraque, senti-me inclinada a lhe fazer uma refutação, ("Da Mesopotâmia ao Terceiro Milênio, Iraque, a Ressurreição de um Povo", Ed. Fissus, RJ, 2004), ressaltando que esta iniciativa só evidenciaria a destruição de uma cultura muito antiga e suas fontes de Humanismo. A violência só recriaria violência. Quando lidamos com um mundo globalizado, são importantes o diálogo, a tolerância entre as nações e o intercâmbio cultural, pilares da paz.
Desde então vieram outros livros, o mais recente “A Dama de Jade” abordando temas religiosos, filosóficos e proféticos, de que forma estas três temáticas estão sendo abordadas na obra?
Yasmin Anukit - Através da integração China-Portugal-Brasil, mediada pelos personagens deste livro lançado em junho de 2016, cremos que Budismo e Cristianismo possam partilhar de uma essência comum, voltada, por exemplo, para a compaixão e o despertar da divindade imanente, tal qual vivenciaram o Buda e o Cristo. Se a religião nos remete à fé, a filosofia aparece como livre exercício do pensamento. Ambas, porém, se conjugam. Os temas proféticos são espelhados, sobretudo, por personagens femininas visionárias, como a Rainha Santa Isabel de Portugal, neste caso, verídica, que junto com D. Dinis criou as bases da epopeia marítima lusitana; e outras como a profetisa Laila e Merit, sacerdotisa de Ísis, fictícias. Estas mulheres aspiram a um mundo novo a se manifestar no novo continente: a Idade de Ouro vindoura.
Como foi a escolha do Título?
Yasmin Anukit - "A Dama de Jade" se refere, na trama, a uma estatueta de Kuan Yin Bodhisatva – a face feminina do Buda - deidade chinesa que no sudeste asiático desempenha um papel similar à Virgem Maria, e que no Ocidente é conhecida como uma mestra iluminada que trabalha na edificação de uma nova consciência planetária. Kuan Yin hoje tornou-se conhecida no mundo todo, para muitos sendo a mesma essência arquetípica de Maria e da antiga Ísis egípcia. O jade é a pedra sagrada, ponte entre o Céu e a Terra na tradição ancestral da China. Neste material foi gravado seu primeiro selo imperial.
O que a inspirou a escrever “A Dama de Jade”?
Yasmin Anukit - Considero este livro uma espécie de legado de muitas experiências vividas e/ou sonhadas por mim, uma bagagem desta, e quem sabe, – de outras existências - saga que evoca um propósito espiritual unificado, aspirando à ascensão da Humanidade, bem como vivificando a herança de nossa ancestralidade.
Quais os principais desafios para construção do enredo?
Yasmin Anukit - Sem dúvida, mais do que alinhar culturas distintas, foi desenvolver uma trama que, avançando pelos séculos, entrelaça diferentes sequências, ultrapassa o modo linear e conecta diversos momentos do tempo-espaço.
Dizem que os personagens têm muito do autor. Qual dos personagens de “A Dama de Jade” tem mais de você? Por que?
Yasmin Anukit - O livro transita por vários personagens. Creio que todos refletem os muitos que somos, este prisma de facetas cambiáveis. De alguma forma, a jovem carioca de origem chinesa, Mei, lembra um pouco de mim.
O que mais a encanta nesta obra?
Yasmin Anukit - a capacidade de me seduzir! (Risos)... Na verdade, a prosa poética. Poesia é para mim uma tessitura constante. Que seria de nós sem o olhar poético?
Onde podemos comprar o seu livro?
Yasmin Anukit - No Brasil, podem enviar mensagens para minha minha página do Facebook.
https://www.facebook.com/yasmin.anukit
Em Portugal, pelo site da Chiado Editora, e também no Brasil, em caso de haver preferência:
https://www.chiadoeditora.com/livraria/a-dama-de-jade
Que tipo de textos gostas de ler?
Yasmin Anukit - Aprecio clássicos de literatura, livros filosóficos espiritualistas e poemas de várias culturas. Dentre os livros que mais me impressionaram: “Mensagem” de Fernando Pessoa e “Sidarta” de Hermann Hesse.
O que mais a atrai nestes tipos de leitura?
Yasmin Anukit - Um escritor que nos é afim nos evidencia aquilo que pensamos e sentimos de forma única e primorosa; ou então revela partes de nós que dormem, a espera de emancipação! O mais importante, numa obra, creio, é a beleza. A beleza se constrói com amor, inspiração e ineditismo.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a autora Yasmin Anukit. Agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos em sua opinião o que cada leitor pode fazer para ajudar a vencermos os desafios encontrados no mercado literário brasileiro?
Yasmin Anukit - Além de um passeio pelas livrarias, informar-se pela internet e agregar-se a grupos de leitura. Aumentando a demanda por livros, sobretudo, lendo, este universo poderá se ampliar.
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