Ziguezaguendo
Portas que se abrem
Sem que eu saiba se ou quais
Devo atravessar
Rumo ao meu futuro
Portas que se fecham com estrondo
E no sobressalto me fazem ansiar
Pelo que ficou para trás
Portas escancaradas
Que me puxam irresistíveis
Para um universo de caos
Portas entreabertas
Pelas quais espreito
Levado por uma insaciável curiosidade
Num misto de perdição e fascínio
Portas encerradas
Que em vão puxo com todas as forças
Na esperança de descobrir
Um caminho certo para a felicidade
Vozes doces que me assediam
Num suave sussurrar
Da brisa que chega até mim
Vinda de paragens incertas
Vozes quase esquecidas
Que me falam num sono inquieto
Questionando o que é feito de mim
Vozes reais que me trazem de volta
Num olhar penetrante e triste
Que se interroga em silêncio
Pelo meu paradeiro
Vozes que reconheço
E sem se deterem passam por mim
Sem a mínima sombra de reconhecimento
Vozes interiores
Que me interrogam
Sobre quem sou afinal
E o que quero para mim